Barry Ferguson volta a estar sob os holofotes enquanto cresce a especulação em torno da posição de treinador do Rangers. Embora Philippe Clement tenha estabilizado a equipe desde que substituiu Michael Beale, relatos indicam que a diretoria de Ibrox continua avaliando opções para o longo prazo, com o nome de Ferguson surpreendentemente ressurgindo em algumas discussões. No entanto, qualquer possibilidade de uma chance real para o cargo vem acompanhada da dura realidade de competir com pesos pesados da gestão – e nenhum maior do que o próprio “Special One”, José Mourinho.
Mourinho, recentemente demitido pela Roma em janeiro, foi apontado como possível protagonista de um retorno sensacional ao comando técnico, com seus representantes supostamente fazendo consultas discretas sobre o cargo no Rangers, caso ele fique disponível no verão. O ícone português continua sendo um dos treinadores mais bem-sucedidos e de maior prestígio no futebol mundial, apesar do fim conturbado de sua passagem pela Série A. Mourinho levou a Roma ao título da Liga Conferência Europa em 2022 e à final da Liga Europa em 2023, mas uma sequência ruim no campeonato italiano resultou em sua saída.
Para Ferguson, a ideia de disputar uma vaga com Mourinho é intimidadora. “Ele é um gênio”, admitiu Ferguson durante um recente trabalho como comentarista. “As pessoas questionam seu estilo às vezes, mas seu histórico fala por si. A forma como ele lida com grandes momentos, grandes jogadores – é o melhor que já vi de perto.” Ferguson, uma lenda do Rangers como jogador e ex-treinador do Kelty Hearts, foi cogitado por alguns como uma solução interna caso a posição de Clement volte a ser questionada, mas a presença de um nome como Mourinho na conversa apenas destaca o abismo de experiência entre eles.
O Rangers segue competindo em várias frentes sob o comando de Clement, disputando ponto a ponto o título da Premiership com o Celtic e sonhando com sucesso na Copa da Escócia e na Liga Europa. Ainda assim, a diretoria tem consciência de que o planejamento a longo prazo é essencial. O interesse de Mourinho – se verdadeiro – exigiria um respaldo financeiro significativo e uma estrutura robusta para transformar o Rangers em uma força europeia mais uma vez. Seu salário, expectativas de transferências e requisitos de comissão técnica levariam o clube a um território totalmente desconhecido.
Ferguson, por outro lado, representaria uma opção de baixo custo e alto risco, sustentada pela lealdade ao clube e uma forte ligação emocional. Sua experiência como treinador se limita às divisões inferiores, e embora seu entendimento da cultura do Rangers seja incomparável, assumir um cargo dessa magnitude com tão pouca bagagem no mais alto nível seria uma aposta gigantesca.
Por ora, Clement segue focado em conquistar troféus nesta temporada, mas o verão pode marcar um momento decisivo. Resta saber se o Rangers sonhará alto e explorará o conto de fadas com Mourinho ou manterá a estabilidade sob o comando seguro de Clement. Para Ferguson, a dura verdade é que seu nome, apesar do respeito que carrega, permanece à sombra de gigantes do futebol. Competir com uma figura como Mourinho torna qualquer sonho de comandar o Rangers algo ainda distante – pelo menos por enquanto.
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